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Nascimento da Lara - Infecção hospitalar - Dor de uma mãe

Lara Santa Casa aqui de Porto Feliz. Eu tive um pequeno problema no fim da gestação (suspeita de restrição de crescimento intra uterino), fiz um ultrassom específico para saber se estava mesmo, mas o médico disse que estava normal e que não tinha porque a Dra. se preocupar, ela porém discordou e achou que eu deveria continuar atenta, por esse motivo fiz acompanhamento do coração da Lara; enquanto aguardava ser chamada para fazer esse ultrassom de novo, em um desses exames - que eu fazia na Santa Casa - o Dr. de plantão desconfiou da mesma coisa, e pediu que eu fosse internada (pois assim eles poderiam fazer o ultrassom com doppler), nesse último foi constatado que ela realmente estava com restrição, que eu já havia perdido todo o líquido, e que minha placenta estava calcificando. Então ele fez a cesariana às pressas. Lara nasceu com 38 semanas, tempo normal, 1,935 kg, e 43 cm.
Super pequena, mas saudável.
Foi tirada a tempo, graças a Deus! E à insistência da Dra. que discordou do primeiro doppler. Um dia a mais, e segundo o Dr. plantonista, eu poderia te-la perdido.

Infecção hospitalar...


Bom, essa é a parte boa e feliz de toda a história. Infelizmente, tive que passar por uns dias na Santa Casa. Ela teve hipoglicemia, e a glicose precisou ser controlada. Fizeram isso com soro na veia. Mas o que mais me fez sofrer é que por três vezes perderam o acesso e precisaram furar de novo. Sabemos o quão dolorido é esse procedimento, imagina em uma recém-nascida.
Enfim.. Ela melhorou, e no quinto dia tivemos alta! Nesse dia ela já estava com o bracinho machucado. Segundo a pediatra que a acompanhou, era por causa da tala que prendia o acesso.
Passamos a segunda feira bem. Mas na madrugada de terça, eu vi uma pequena bolha no dedinho dela, achei que fosse uma picada de algum bichinho. Duas horas depois, essa bolha tinha subido em todo o dedinho e já havia inchado. Às oito da manhã, a levamos na Santa Casa. Ela foi atendida por um pediatra que disse não saber dizer o que era, mas que eu deveria procurar urgentemente um vascular, porque o dedinho estava necrosando, e se demorasse muito talvez perdesse a mãozinha toda. Segundo ele, isso deveria ser porque em vez de pegarem a veia dela ao dar o soro, puncionaram alguma artéria, mas que ele nunca tinha visto dar soro em recém nascido. Então levei ela na Unimed de Capivari, lá o vascular disse a mesma coisa: que o dedinho estava necrosando, fizeram um ultrassom para ver se tinham puncionado uma artéria ao em vez de veia. Graças a Deus, estava preservada a artéria, porém ela ainda corria o risco de perder o dedinho (indicador da mão direita). Chamaram então o pediatra, e ele ao ver disse que aquilo era infecção hospitalar. Então, fizeram os exames e a internaram em isolamento. Foram mais longos e difíceis quatro dias internada, porém eu sabia que era para o melhor dela. Ela tomou antibióticos e fizeram curativo todos os dias, a cada novo curativo, uma dolorosa pontada no coração, pois ao abrir víamos aquele dedinho miudinho todo machucado e o choro de dor da nossa bebê. No quinto dia ela teve alta. Ainda continuou tomando um antibiótico, e passando pomada no ferimento. Amamentei exclusivamente. Foi o melhor remédio!
Fiquei revoltada com o procedimento que causou todo esse sofrimento. Não posso acusar ninguém especificamente, mas infecção hospitalar é algo que poderia ser evitado, simplesmente se lavando as mãos. Não vou reclamar totalmente da Santa Casa, porque precisei dela, e foi lá, que de certa forma, salvaram a Lara. Porém também foi lá que surgiu todo esse desgaste físico e emocional, para a família e principalmente para a Lara. Por esse motivo houve revolta e tristeza. Sabendo que ela era uma paciente frágil, o cuidado deveria ser redobrado. 
Antes de sairmos o dr. que a acompanhou nos disse: isso é um milagre, acredite! E eu acredito!
Fizeram correntes de oração na igreja, no trabalho, família.. todos estavam unidos pela recuperação dela. e não houve nenhuma sequela conforme nos disseram que ficaria. Ela não tem se quer uma cicatriz! Eu acredito em milagres! 
Enfim... Essa é a história dos doze dias de vida da Lara.


Indenização por danos morais...


Entramos com processo de indenização por danos morais contra a Irmandade da Santa Casa, a Prefeitura e o Convênio (temos tudo documentado em exames, vídeos e fotos). Não só por mim. Mas pela Lara e por outras crianças que possam sofrer pela falta de responsabilidade de determinados profissionais. Muitas mães que passam por isso me perguntam se deveriam fazer, se vale mesmo a pena.. digo que é cansativo, a cada novo ato, a cada movimentação, perícia, etc... temos que lembrar e é dolorido. Mas vamos nos calar e permitir que aconteça novamente? Então as pessoas podem fazer o que quiser, agir com irresponsabilidade só porque a morosidade da justiça acaba os favorecendo fazendo com que os pais desistam?
Não, não vamos desistir. Vamos para dois anos desde a inicial, mas um dia a justiça deverá ser feita. Por mim, pelo pequeno Arthur que faleceu por negligência meses depois, e por tantos outros que se calam. 
Se minha faculdade serve para algo é para que eu seja a voz dos que não tem forças pra falar!
É pelo minha filha, e é pelos filhos dos que virão! 

A dor é imensa, mas superar muitas vezes é encarar!

Por: Bruna Francine




Momento maravilhoso de intenso amor!


Saída do Hospital


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