Vivemos
em um momento histórico onde tentamos romper com velhos paradigmas do passado,
buscando valorizar outras questões e modificar certas estruturas sociais. Essa
evolução tem colocado pais e mães cada vez mais fora do convívio familiar
ininterrupto. A correria cotidiana, a busca por objetivos cada vez mais amplos
e a luta pela sobrevivência num mercado de trabalho cada vez mais competitivo,
tem desafiado as famílias a conseguir conciliar a vida profissional e pessoal
sem descuidar da criação dos filhos.
Nesta
busca constante pelo equilíbrio, aliado a uma difusão endemica de decadência
dos valores humanos, tem feito com que o ato de disciplinar seja visto cada vez
mais como algo pejorativo. Estamos sendo levados a crer pelos formadores de
opinião que educar de forma permissiva é a forma mais clara de amor que podemos
demonstrar. Mas isto é um engôdo.
A
disciplina em seu conceito mais prático é a formação pessoal que permite ao ser
humano a assunção de responsabilidades sobre seus atos. Em outras palavras,
disciplina é fazer o que se deve fazer porque é o certo, mesmo que ninguém
esteja cobrando. Mas acabamos entrando numa outra concepção que tem sido usada
para propagar as ideias excessivamente permissivas: O que é certo e o que é
errado?
Sim, há
um certo e um errado! Determinados valores sociais são sim imutáveis. Respeito
a dignidade humana, respeito ao próximo, pontualidade, cordialidade, gentileza,
entre outros. O problema é que muitos formadores de opinião, e não me refiro só
a atores das grandes redes, me refiro também a mestres dentro de suas salas de
aula, querem incutir na mente das novas gerações de que não existe certo ou
errado. Isso é um total equívoco. Certos valores são e sempre serão imutáveis.
E disciplina é justamente aquilo que faz o ser humano respeitar estes valores
imutáveis sem a necessidade constante de orientação.
Então,
ato de amor não é permitir que o seu filho roube materiais do colega. Não é
permitir que ele ofenda seus professores. Não é achar engraçado quando ele
xinga alguém ou bate no cachorro. Ato de amor é corrigir o seu filho em cada
atitude errada que ele toma, seja no trato com os demais, seja numa palavra
errada que ele escreve.
Disciplinar
é uma demonstração clara e inequívoca de que você ama seu filho. É a
demonstração de que você se preocupa com o ser humano que ele vai ser. É a
demonstração de que você quer que ele seja bem sucedido, mas que, antes de
tudo, ele seja um homem ou mulher com dignidade em suas atitudes. O problema
não é disciplinar. O problema é a forma como esta ação por vezes se revela.
Somos levados a acreditar que disciplinar é gritar, agreditar com palavras e
gestos, dar castigos, etc. Não! Disciplinar é construir um pensamento lógico na
criança. É mostrá-lo que suas atitudes tem consequências positivas ou negativas
e que uma atitude errada pode afetar a vida de outros.
“Então
como disciplinar o meu filho”? Não é fácil. Nunca será. Ser disciplinador exige
(pasmem): DISCIPLINA! Não há forma melhor de se ensinar alguém do que pelo
exemplo. Se você quer um filho respeitoso, respeite a todos a sua volta. Se
você quer um filho pontual, respeite os horários, tenha horário certo para
acordar, para fazer refeições, para estudar, para assistir televisão ou jogar
vídeo-game e para dormir. Almoce na mesa junto com seu filho, com toda a
família reunida; se não pode todos os dias da semana, o faça no maior número de
vezes que conseguir na semana. Não levante da mesa enquanto não acabar sua
refeição. Seja o modelo a ser seguido em sua casa.
Converse
com seu filho. Não deixe que a criação dele seja realizada pela Peppa Pig ou
pela Dora Aventureira. Você é quem deve explicar ao seu filho porque o céu é
azul. Você é quem deve dizer o que é certo e o que errado, perguntar como ele
está se sentindo, perguntar como foi na escola e porque ele está com aquele
machucado no braço. Você quem tem de ouvir quando ele disser que a professora
deu sermão nele e você é quem tem de explicar que a professora estava certa
porque ele estava fazendo bagunça na sala de aula. Diálogo. O grande problema
da modernidade em relação à criação dos filhos é que o cansaço cotidiano e os
meios de comunicações estão afastando pais e filhos em relação aos seus
diálogos. Conversar por whats app ou facebook não é conversar! Diálogo entre
pais e filhos tem que ser olho no olho! Você tem que estar lá para ver o
sorriso dele ou para abraçá-lo se ele chorar! E nenhum emoji poderá fazer isso
por você.
Corrija
seu filho. Ensine-o que bater no colega não é certo e o mande pedir desculpas.
Ensine-o que riscar a parede da sala é errado e que já tem uma parede própria
para isso em seu quarto. Ensine-o que desrespeitar pai e mãe é errado.
Castigá-lo? Cuidado. Procure saber quais castigos são recomendados para cada
idade. Vários psicólogos tem sites especializados explicando. Não abuse dos
castigos, mas não deixe de aplicá-los. A punição é um meio eficaz de mudança de
comportamento quando bem aplicada. E, por favor, não agridam seus filhos! Seja
por palavras, seja por gestos. Lembre-se de que cada atitude que você tomar
contra ele, é um exemplo do que ele deverá fazer em relação aos outros.
Lembre-se:
deixar seu filho aprender pelos próprios erros nem sempre o tornará mais forte.
Ele poderá tornar-se siglas com uma tarja preta nos olhos na capa do jornal.
Pertimitir que seu filho vença os obstáculos pelas próprias forças é diferente
de permitir que ele faça o que quiser. Deixe-o cair de bicicleta e ralar o
braço; deixe-o se sujar na lama do quintal; deixe-o arrancar o tampão do dedão
do pé no asfalto; mas o faça escovar os dentes após as refeições! Mas o faça
dormir na hora certa. Faça-o estudar na hora certa. Entenda que amar, por
vezes, é impedir o próximo de fazer mal a si mesmo. Discipline seu filho sem
excessos e no futuro ele dirá eu te amo.
Yuri Lucchesi
Autor do Blog: Mitos, Rock & Outras Filosofias
Colaborador do Blog Jovens Mães
Muito bom e pertinente seu texto.
ResponderExcluirEducar dá trabalho e muito!
Texto perfeito, até compartilhei ele no meu face. Sabe, ainda não sou mãe, mas não existe coisa pior que criança chata e mau criada! Quando eu tiver meus filhos quero ser exemplo, assim como vc citou. Muito bom texto, parabéns!
ResponderExcluirBeijos
Fran
Achei e Rabisquei
Muito bom!!! ��
ResponderExcluirParabéns Bruna! Excelente matéria. Nós pais temos de estar cada vez mais atentos aos sinais de que algo não vai bem na educação de nossos filhos e procurar repensar nossas ações o quanto antes. Quem ama cuida!
ResponderExcluirTenha uma ótima semana!
Beijos
http://podernasmaos-podernasmaos.blogspot.com.br/