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Minha história - Bruna Bronzato


Quem acompanha aqui desde sempre sabe de todo o decorrer das coisas, dos meus medos, minhas frustrações e principalmente, minhas conquistas.
Para quem chega agora até pode parecer que foi fácil, mas é importante frisar que não. Nada é, nunca. Mas eu levo com leveza, acredito que se tem que ser feito, vamos fazer, seja lá como for. Se está na nossa frente é porque somos capazes.

Em FEV/2013 entrei para faculdade de Direito e em abril descobri a gravidez da Lara. Eu teria algumas possibilidades e a primeira delas seria parar, era o "certo" a se fazer, o mais "fácil" (não acredito que seria), e outras coisas que me disseram, mas eu não começo nada para desistir e nunca acreditei que gravidez fosse motivo para desistirmos de algo, pelo contrário, eu pensava: "Agora que vou ter filha é então que devo lutar e terminar essa graduação para oferecer meu melhor para ela". E foi o que fiz, continuei na jornada de graduação em Direito e estudei sobre maternidade, sobre amamentação (não sobre parto, mas recuperei isso depois), sobre introdução alimentar e tudo o que envolvesse a primeira infância, passando pela psicologia, medicina e nutrição, sempre procurei opiniões profissionais e sempre os ouvi. Eu achava que aos 19 anos não saberia criar uma filha sozinha, e de fato. As ajudas foram necessárias e essenciais. Lara nasceu em Janeiro/2014, início do segundo ano, terceiro semestre letivo, na época morávamos só eu e minha mãe e eu também trabalhava para sustentar a casa, além da faculdade a noite. até os 4 meses consegui ficar com ela, depois precisei voltar a trabalhar integralmente, via ela de manhã e no fim da tarde e a amamentava quando chegava da faculdade e durante a noite. Logo após ela completar um ano passei em um concurso e trabalhava meio período, então a tarde eu ficava com ela. Nos três anos restantes da faculdade foi assim, trabalhando meio período (entre o emprego público e depois a troca pelo estágio). 
No quinto e último ano, engravidei do Lucca, mas aí já tinha família e ainda trabalhava fora. Levei o último ano com Lara pequena (então com 3 anos), gravidez do Lucca, exame da OAB (já ouviram falar como é difícil, né?), TCC (meu tema foi sobre Responsabilidade Civil nos Casos de Violência Obstétrica), estágio, caderno de prática e demais obrigações acadêmicas entre provas e trabalhos. Como fiz? Não sei, só sei que fiz. Eu não encarava como dificuldade, mas como impulso, eu sempre penso que ter a oportunidade de fazer tudo isso é muito mais oportunidade do que dificuldade, agradeço a Deus pela capacidade que Ele me deu. 
Isso tudo aliado a uma luta incessante por criar Lara da melhor maneira possível (com todas essas coisas que a gente vê que é o "certo", disciplina positiva, alimentação balanceada, mais brincadeiras e menos eletrônicos, livros e etc.), mas primeiro porque vem do meu interior, eu fui criada assim por minha mãe, mesmo sem ter mada disso nominado, então para mim o normal é prezar pela presença, o normal é uma boa alimentação, normal é brincar. Assim como todo tempo que sobrava eu estudava, com eles todo tempo é deles.
Lucca nasceu 15 dias antes da segunda fase da OAB (passar pela primeira fase já é motivo de celebração entre os estudantes de direito - já que é onde está o maior índice de reprovação), entreguei o TCC, passei em todas as matérias, sem nenhuma DP durante TODA a graduação. Concluí estágio, horas complementares e caderno de prática., E passei na OAB!!!!

Um segredo: EU NUNCA ESTIVE SOZINHA. Sempre teve alguém lá dando apoio, primeiramente E sempre minha mãe, depois colegas, marido, chefe, irmã, comadre (a madrinha da Lara é um anjo). Aceitar que precisamos de ajuda é essencial para irmos além de qualquer coisa. Não importa o que seja. TUDO na vida precisamos aceitar que não dá sozinho. A maior determinação é nossa, óbvio. Não adianta só esperar dos outros e muito menos justificar que não fez porque não te ajudaram. Quantas vezes eu me virei sozinha porque não tinha ninguém disponível também? Mas eu não ficava parada, ia lá e fazia. 



ACEITE ajuda, mas NÃO ESPERE AJUDA. É diferente.

Depois vieram outras lutas e sempre haverão, a vida não para. Mas o tamanho das nossas vitórias estão na medida dos nossos desafios. Se você quer ser grande, você será grande. Mas se quiser, se não quiser, tudo bem. são escolhas; nem todo mundo tem que ser o que os outros são. Só não devemos dar desculpas que é pelos outros que não somos o que queremos. 

Hoje sou mãe de casal, advogada, cozinheira, dona do lar, esposa, filha, e tudo o mais. Porque EU ESCOLHI ASSIM. E amo isso! É minha vida, minha história e me orgulho dela. 

Para mim toda luta valeu a pena. Se eu tivesse desistido, não sei como seria, mas eu sei exatamente o que eu não seria hoje. E sinceramente, estou feliz em SER, apenas ser.


Bruna Bronzato
Mãe de casal, advogada,
autora do Blog Jovens Mães,
co-autora do 3º e-book colaborativo Femijuris,
Pós graduanda em Direito Constitucional e Administrativo,
Mentora de Maternidae&Carreira







Comentários

  1. Uma história bonita, de luta e sucesso! :) Beijinhos
    --
    O diário da Inês | Facebook | Instagram

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  2. Que linda história. Cada vez mais sua fã. Você é d++++

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  3. Oi lindona! Me emocionei com sua história, fiquei imaginando como deve ter sido viver cada dia, os desafios, as incertezas, mas você foi la´e fez! Sua história é inspiradora, muito obrigada por compartilhar! Eu sempre fui nada perseverante, desistia muito fácil das coisas. Faz cinco anos que tenho blog e hoje em dia ele é meu trabalho, mas se não fosse todo o incentivo que recebi não teria seguido em frente, foram muitas noites em claro, altos e baixos, mas ter ajuda e pessoas que acreditaram em mim fez toda a diferença. Te admiro muito! Beijos

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    Respostas
    1. Que linda! Obrigada pelo carinho. Te admiro demais e me inspiro muito em você.

      Beijos

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  4. Bruna, adorei conhecer a sua história de garra e determinação. Também acredito que levar com leveza é o melhor caminho. Também concordo que aceitar ajuda e também saber pedir ajuda são fundamentais para que possamos conciliar todos esses papeis.
    beijos
    Chris
    Inventando com a Mamãe

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    Respostas
    1. Obrigada pelo carinho. Nem sempre é perfeito, mas podemos levar da melhor maneira.

      Beijos

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