Pular para o conteúdo principal

A mãe advogada





Com a crescente presença de mulheres no âmbito da advocacia (assim como nas demais profissões) o mundo vê-se na necessidade de adaptar-se à rotina, principalmente, daquelas que são mães. Afinal, é algo que não podemos simplesmente desligar para prosseguir com a trajetória profissional. Hoje em dia, muito mais que questão de escolha é também uma necessidade que muitas mulheres têm de se firmar profissionalmente, e, além disso, é um direito que toda mulher possa continuar buscando seus sonhos pós-maternidade.
Contudo, o preconceito enfrentado é ainda maior que os obstáculos tradicionais da carreira e da maternidade separadamente, mas com o apoio uma das outras é possível mudar esse cenário, precisamos estar nos apoiando sempre, é possível ser uma excelente mãe e também ótima profissional, afinal, uma profissional que faz o que ama reflete sua felicidade aos filhos e é uma excelente mãe!
O mundo muda e precisamos acompanhá-lo, apesar do preconceito existente (e persistente) nos tribunais, algumas conquistas foram incluídas no Estatuto da OAB¹ desde 2016, alterando-o e garantindo alguns direitos para as advogadas gestantes e lactantes, sendo alguns deles:

·         Possibilidade de suspensão do processo por 30 dias quando a mulher, desde que seja a única advogada de alguma das partes, der à luz ou adotar;
·         Suspensão dos prazos em curso, por oito dias quando o único advogado de alguma das partes tornar-se pai ou adotar;
·         Gestantes e lactantes serão dispensadas nas entradas de tribunais de passar em aparelhos de raio x ou detector de metais;
·         Prioridade nas sustentações orais (e pauta de audiência).

A CAASP também prevê auxilio maternidade para a mãe advogada que preencher os requisitos e auxílio natalidade, nos demais estados algumas Caixa de Assistência aos Advogados também tem a mesma previsão, porem cada um com suas particularidades, requisitos e valores. Assunto a ser tratado em um post específico (contudo para a advogada que se interessar pode consultar no Site da CAASP > Benefícios > Auxilio Maternidade).
Há muito a conquistar, principalmente em relação aos pré-julgamentos, mas se estivermos umas apoiando as outras e não desistirmos de nossos objetivos teremos um judiciário mais igualitário entre os sexos e mais respeitoso com as advogadas na condição de mãe.
Deixo aqui neste post minha admiração por cada advogada que luta com suas dificuldades diárias mesmo quando não há apoio, seja da legislação, seja da sociedade. Sabemos o quão difícil é para cada uma de nós em cada uma de nossas lutas, mas sabemos também o quanto somos vitoriosas e capazes de ir além. Por isso, nunca deixem de lutar pelos seus sonhos, direitos e vontades, quando estamos unidas podemos muito mais! E podemos ser o que quisermos!

Bruna Bronzato
Graduada pela Faculdade de Direito de Itu - FADITU, pós graduanda em Direito Constitucional e Administrativo pela Escola Paulista de Direito - EPD. Atuante desde janeiro de 2017. Em 2013 iniciou o projeto Blog Jovens Mães com o objetivo de aliar maternidade e carreira. Hoje é uma das sócias da Bronzato & Scarparo Advocacia e atua nas áreas de família e Tributário.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Perdi meu bebê ainda na gestação, quais meus direitos?

O direito dos bebês estrela,  por  dra. Laura Cardoso Quando perdemos um filho, é imensurável a dor. Para quem não sabe, já passei por essa experiência e contei um pouco aqui: A Alegria da Gravidez depois da perda Na época, mesmo já sendo estudante do 4º ano de Direito, eu não me atentei aos direitos que me me valiam, não queria estudar ou falar sobre isso. Porém hoje entendo o quanto é necessário.  Usufruir do que a legislação nos garante, não alivia a dor, mas torna o momento digno e verdadeiramente humano, e esse é o papel da justiça. Mas afinal, o que são bebês estrela? Nas palavras da Dra. Laura Cardoso: "Bebês estrela são aqueles que viraram estrela em detrimento de uma situação de abortamento ou perda gestacional" São aqueles bebês que viveram no ventre materno, mas não chegaram a nascer com vida, por algum problema durante a gestação. Não é porque uma mãe perde um bebê durante a gestação que ela deixa de ser mãe, ela passa a ser mãe de uma bebê estrela. Por isso é tão

Centro de Mesas para festa infantil - Tema Jardim Encantado

Casinha de passarinho feita com caixinha de leite Tem um perfil no isntagran que sigo: @inspiresuafesta e também no facebook, que sempre me dá boas ideias para as festinhas que fazemos, da Lara, chá de bebê das amigas, das sobrinhas; nada profissional, mas no fim sempre todas tem um resultado lindo. Vale a pena tentar fazer em casa, principalmente se a grana está curta. Vou deixar o passo a passo dessa casinha, fica uma graça e é fácil e barato fazer:

"Lei Julia Matos" - Lei em prol às advogadas gestantes - 11 de Agosto / Dia do Advogado

Toda gestante que trabalha, sejá lá qual for a profissão, autônoma ou não, sabe das dificuldades que são encarar uma gestação sem porder deixar de trabalhar, ou sem se quer mudar a rotina.  Acontece, que a maioria das gestantes já tem seus direitos garantidos pela CLT, nos casos de empregadas regido por esta lei. Sempre pensei em como seria ser advogada gestante. A Lei que dá título ao post - chamada  Lei Julia Matos  altera os artigos previstos no Código de Processo Civil, bem como o Estatuto da Advocacia; garantindo certos direitos que são essenciais às mulheres gestantes. Dentre as quais: