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Por menos mães exemplares

Hoje em dia o tema maternidade tem estado mais em alta do que nunca, as mães aprenderam muito mais (sozinhas). Temos informação pra todo lado e de todos os assuntos (no próprio blog Jovens Mães, inclusive). 
Porém, o que temos percebido é cada vez mais queixas da maternidade como algo ruim. Quantas vezes você já leu em posts (Facebook principalmente) sobre a dificuldade de ser mãe? 
É, não é nem um pouco fácil, mas de não ser fácil e pintar como sendo "imposição da sociedade", "ruim", etc,  acho que tem uma pitada de exagero por aí... dizem que é o tal do machismo que impõe tudo pra mulher ser mãe e etc...
Mas quando eu começo a pesquisar sobre a vida da pessoa que está escrevendo esse tipo de post, percebo que foi a mãe de família tradicional, que ESCOLHEU casar e ter filhos. Nunca são as mães solteiras que nem apoio da família tem.

Está na moda criticar, hoje em dia. A crítica é algo bom, é o que faz uma sociedade evoluir. Mas pra isso, é preciso saber do que realmente se fala, né?
A maioria desses posts vem de mães que fazem tudo "certo": parto natural, amamentação exclusiva, introdução alimentar participativa, fraldas ecológicas, etc... aí fico pensando: essa é a verdadeira maternidade?

Minhas amigas, seguidoras do blog, sabem bem que desde sempre o amor foi a base de tudo na minha construção de mãe.  Sabem também que sempre busquei os melhores caminhos pra educação dos meus filhos. (Pelo que acompanham no blog, mais precisamente a Lara. Porque após o nascimento do Lucca, até eu estou me adaptando à nova realidade ainda). Mas em qualquer texto que procurem, nunca o amor ficou de fora.

E parece que tem maternidade demais e amor de menos por aí. 

Não!  Não estou dizendo que essas mães não amam seus filhos, nem de longe. Mas que elas não estão vivendo esse amor dentro delas. Está sendo tão normal a busca por ser a mãe perfeita, que a essência está ficando de lado. 
Mesmo quando se fala em introdução alimentar participativa, por exemplo, não tem a essência. Gente!  Vende-se ( e caro) um curso desses, quando você só precisa adequar os ideais a realidade e apenas olhar pro seu bebê (serve para os outros ideais maternos também). Está tudo dependente do que oferecem pra que você seja exemplar! 

Mas é sério, você não precisa disso. Não é machismo dizer que "mãe sabe das coisas", isso é natural, parem de culpar a sociedade por tudo. Desliguem-se um pouco dela. Olhe pra você, pra mãe que você escolheu ser. Foi você quem escolheu. Na real: quem te forçou a ser? (Mesmo em gravidezes inesperadas, como a minha, até porque não são essas mães que estão reclamando da maternidade, são aquelas que planejaram a vida toda isso, pode parecer irônico,  mas é verdade,  é só começar a reparar).
Precisamos parar de procurar o melhor método  em tudo (isso também serve para mim) e olhar pra dentro da nossa casa, da nossa família e adequar tudo a nossa realidade.

Só isso diminui, pelo menos, à metade as chances de você sentir que a maternidade é ruim.

Ela é ruim se comparada aquela mamãe bonitinha do Instagram,  ou até mesmo aquela que faz posts sobre a "maternidade real", porém pra ela até estar descabelada é mais bonito do que o que você consegue em casa.
Precisamos parar de querer ser mais do que somos. Precisamos olhar pra nós e dizer: sou uma mãezona! Ninguém passaria toda essa barra no meu lugar.

Sabem aquela máxima: "faça por amor e não precisará trabalhar um dia da sua vida?"... é como se a maternidade fosse o trabalho. E se vc trabalha fora, é como se tivesse dois.
Mesmo que você tenha o emprego dos sonhos, ele também irá te cansar, e nem por isso vai odiá-lo e querer desistir dele, porque você o ama pelo que é.  Assim é a maternidade.

Não o amor pelos filhos, esse é inquestionável.

Mas o amor pela sua essência e particularidade de mãe. Não seja com as outras, não queira ser.
É claro que devemos buscar conhecimento e o melhor que pode ser oferecido. A Internet está aí pra facilitar isso.  Mas não se culpe quando não der certo. Jamais! Não ache que aquele "exemplo de mãe" é perfeita, porque ela não é...

Vamos parar também de desestimular as pessoas, quem procura mais sobre dificuldade se já vive em casa? Uma coisa é ajudar com exemplos de como melhorar, como facilitar as dificuldades naturais da maternidade. Outra coisa é falar tanto sobre a dificuldade e colocar as mães ainda mais pra baixo. Não fale sobre isso se não for pra ajudar a outra mãe.
Isso funciona pra tudo na vida.



Sejamos compreensivas com a mãe que deu chupeta (sem informação ou não). Não tente ser "exemplo", tente ser amiga. Com a sua amizade, você levará aquela mãe a caminhos muito melhores do que com a sua "perfeição".

Pense o contrário: que tipo de mãe te deixa melhor e faz você superar os desafios da maternidade? 
Aquela que "sabe tudo" sobre a maternidade, ou aquela que se propõe a aprender com você?  (Mesmo quando ela já passou por aquilo).

Seja essa mãe,  aprenda e ensine junto com outras. Sejamos compreensivas em vez de exemplares.
Pode ter certeza, que a maioria das mães já leu sobre todos os benefícios da amamentação exclusiva, ela não precisa que você diga mais uma vez que é bom e que ela tem que aguentar. Ela precisa apenas de apoio, precisa apenas que você diga que ela é forte e que está tudo bem.

Vamos construir um mundo melhor? 
Sim!vamos. E mundo melhor não se constrói só com informação e pessoas exemplares (isso tem aos montes, e normalmente querendo ganhar dinheiro em cima de você, em qualquer área); um mundo melhor se constrói com amor e compreensão, a começar quando a escolha do outro é diferente da sua. Aí sim é difícil. Muito se fala em respeito às escolhas do próximo hoje em dia (inclusive escolhas maternas), mas pouco se tem respeito quando essas escolhas são diferentes das "ideias".
Acredite, você salvou a amamentação daquela mãe quando deu um abraço e disse que ela estava sendo forte, muito mais do que dando informações  (mais do mesmo). E assim, pra todas as outras discussões maternas da atualidade.

E aí?  Vamos ser menos exemplares e mais compreensivas?


Comentários

  1. Olá Bruna
    Uaaaaau que post!
    Lindamente "escrevivido", porque só quem vive a realidade de ser mãe com amor e afeto, pode escrever com tanta sensibilidade, poetice e verdade essas palavras.
    Fiquei emocionada com seu post
    Concordo com tudo o que disse, especialmente no que se refere a criticas, critica-se por prazer, não críticas construtivas, embora eu particularmente não acredite muito nessa fórmula, mas sem nenhuma empatia, sabe a pessoa não tem a consideração, a delicadeza, o gesto amigo de se colocar no lugar do outro.
    E siiiiiim muitas vezes mais importante que qualquer outra coisa, é o sorriso amigo, o afago, o abraço esmagador <3
    E não tem essa de erros e acertos, conjuguemos o verbo aprender juntos!
    Parabéns pelo post!

    Ahhhhhhh obrigada pela visita e siiiiiiiiim pode e deve fazer um post com o tema :D
    Eu gostei de fazer o Outubro Rosa Literário, fico feliz que vc tenha gostado do post <3

    Bjs Luli
    Café com Leitura na Rede

    ResponderExcluir
  2. Exatamente isso! Obrigada!

    ❤❤ só precisamos de mais amor!

    Beijos

    ResponderExcluir

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